Minha velha casa lá eu tinha um terreiro
Com uma roseira no meio, rosas vermelhas eram o que dela brotavam.
Naquele terreiro tinha todas minhas fantasias,
Um volante fincado no chão aquilo era meu caminhão
No meio da horta, uma selva fechada,
Onde meus soldadinhos em batalhas se enfrentavam.
Ali até um cemitério se estalava,
Onde eu sepultara meu passarinho que muito gostava.
Que em qualquer escavação os restos dele, ali ainda estarão.
Que saudade que me da.
Das criações do meu pai,
De todos os brinquedos fabricados com as próprias mãos,
De me fazer voar em imaginação, ali eu ia de policia a ladrão.
Tenho saudade até das broncas da minha mãe,
Que sempre dizia para eu não me sujar, e de nada adiantava.
Que sempre estava me chamando, sempre se preocupando.
Que saudade da minha velha casa,
Que saudade de tudo que nela habitava.
Que saudade me da desse tempo lembrar.
Oxalá todas as crianças tivessem uma casa velha como essa.
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