- Já disse que na vida só se sofre!
Eu sinto que às vezes, quando ferido
Querem me arrancar o coração
Para ostentar na pilastra mais alta!
Mas se tal músculo assim repelido
For por minh'alma ainda impelido,
Receio que o corpo não sentirá falta.
E se quiserem mais do que isso,
O que terei eu para dar?
Talvez resmungos, tosses e choros,
E nada mais de valor...
Mas, se de repente, o peito infartar,
Fazendo o cerne de mim esfriar,
Terei que tomar emprestado um favor:
Nos desconhecidos buscar o calor...
(Não disse que na vida só se sofria?)
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença