até a luz do farol sente saudades
as balas, os pirulitos, fazem falta ao centro da cidade
talvez se chamasse Joaquim, João ou Manoel,
era conhecido como "neguinho" e acredito estar no céu,
pois uma bala perdida apagou o seu papel.
Na calçada rachada os resquícios de seu nome
menino homem sem sobrenome,
no muro pichado,
onde parece ter deixado um recado,
em símbolos rabiscados.
o jardim florido parece chorar
e naquele banco onde ele gostava de sentar para descansar,
começo a pensar:
-Um garoto carente mas sempre sorridente
e se este sorriso se cala,
Qual a resposta pra quem disparou aquela bala?
qual importâcia dão à vida, o comercio de armas
para o progresso homicida.
Quantas vítimas se foram?
E ainda se vão?
Quantas mães desamparadas?
tantos crimes sem solução.
e a vida? frágil vida.
ferida machucada
pede pra violência
uma parada
no fim da estrada.
A justiça coitada
não canta, nem toca nada
cantando tem seu preço, mesmo sendo desafinada
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença