Lá vinha àquela criança com aquela comida ganha, parecendo um presente que muito esperado era. Um pacote de biscoito junto ao peito como se fora uma boneca colocada a nanar.

Pequena criança que já havia perdido a infância por não ter o que comer, era ela frágil de idade pouca, mas de faltas muitas, pequena menina que ao invés da boneca embalava a comida para deveras aquela fome saciar.

Mas nem por isso perdia o sorriso da infância e o jeito de criança, que por problemas de adultos já passava e o que mais assolava era a fome que passava.

Criança surrada pelas mãos da vida e de todos os que por ela passava, sem carinho nem amor, ali jogado como um ser abandonado, que sem nem mesmo um dono que nada, quem adotaria, era apenas uma menina maltrapilha ali sentada abandonada. Sonhos, só havia um, o de ser Amada.


Com aquele olhar de quem dizia olha eu só preciso ser amada, não sou ladra nem bicho que não pode ser tocada. Quantos sonhos sendo aniquilados só uma criança que sonhara em ser acordada com carinho e um beijo dessa mãe que tanta falta lhe causara
.

Em seus sonhos o que vinha a principio era ter algo para que ela pudesse comer sem luxo nem nada.
Um pão, esse era seu sonho de refeição.