Noites. Minhas noites doura a dor,
Melodia que à alma entoa solenemente,
Murmura a negra solidão,
quero gritar a emoção
tenho como voz a triste canção.
Dentro de mim prisioneira
O dia é o teatro,
meu astro, o sol
tristemente ilumina a lua,
a noite que exala saudade
sorrir e chorar o meu lamento
embalo a lembrança da mocidade
A música cala voz minha
Quero dormir e sonhar,
Eu gaivota no ar,
Busco abraços na mortalha
Trilha incerta da muralha.
Cruenta negra noite
Quero à fonte voltar
E esquecer o meu tormento
que encarcera minha alma.
No caminho do poente
vou à fonte beber a saudade.
Desperto, é a carruagem da aurora
Um trem a minha espera
Lábios sorridentes, é dia.
Desfez-se a triste noltagia.
Quem não chora uma saudade....Tudo que se foi, tudo que se fez.Reviver o passado não é sofrer duas vezer, é lapidar à alma.Minha rede, meu consolo, minha musica, minha salvação
Socoro Vieira
© Todos os direitos reservados
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