Vinte anos
trajar brilhos corretos
e nunca abandonar o verde
que crescia no quintal
de escalar o vento
amar os espantalhos
guardar a lágrima no porão
Um milhão de fêmeas nessa horta
polaquinhas
Musas nuas
no entanto são puras
o regaço
Muitos anos
guardando a lágrima no porão
Nesse tempo
elas brincarão de mamãe
com os beiços flácidos
Nesse dia
a lágrima guardada
sairá seca do porão
Geovani Bohi Goulart
© Todos os direitos reservados
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