Às Voluntárias da Pátria
Vestida de sonhos
despida de vida
segue em desatino
pela avenida.
De um lado a outro
deste quarteirão
vendendo prazeres
comprando aflição.
Na triste disputa
de vencer o tempo
troca o alheio desejo
pelo seu sofrimento.
No dia-a-dia...
vai se consumindo
explorada e usada
vê seus sonhos ruíndo.
É a meretriz
da boca do lixo
menina-mulher
perdeu seus caprichos...
Leva qualquer homem
à sua intimidade
tentando comprar
sua liberdade...
que mais distancia
quanto mais passam os dias.
E só o que lhe resta...
é mais uma vez,
a fria avenida...
a triste amargura,
e a madrugada.
o sereno e a brisa,
um coração solitário
e o chão da calçada.
Este poema é dedicado as milhares de mulheres que estão por ai, nas ruas das grandes cidades, satisfazendo desejos alheios, em detrimento de seus sentimentos e que continuarão lá, enquanto não houver seriedade das autoridades para tratar a prostituição infantil nesse país, que oferece suas meninas para os forasteiros, como se fossem objetos de consumo; como se isso fosse motivo de orgulho, para fomentar o turismo.Porto Alegre/RS
Anélio " Rodrigo Di Freitas"
© Todos os direitos reservados
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