Cale-me

Cale-me com seus lábios, não quero falar.
Vivo na saudade, sem me amoitar.
Sua eterna palavra não vive.
A saudade, meu desvelo, minha demasia sublime.

Eterna vida inexistente,
Vivendo do amanhã, um presente.
Palavras que enunciam verdades.
Vida morrida; eu, morrendo de saudades.

Palavra, uma liberdade massacrada.
Minhas palavras, asas entrelaçadas.
Palavras alheias, amparo enumerável.
Palavras oníricas, meu desejo, imensurável.

Beijos esteados, intensos, copulados.
Emanando euforicamente, o entender...
Ver que nada pode suster minhas lágrimas,
Enquanto você não aparecer.

Estocolmo, Suécia

Carl Dahre
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