A noite é bela
A chuva serena
Caindo suave
Desperta a saudade
Dos dias tranqüilos
Em minha cidade
Pequena, singela
Cidade menina
Na terra escondida
E em sono profundo
Lá no fim do mundo
À beira do rio
De águas tão límpidas
Rio São Domingos
Que desce da serra
Desliza tranqüilo
Em longo caminho
E com todo estilo
Envolve a cidade
Tão meiga criança
De eterno sorriso
Que quer despertar
E eu, o guerreiro
Sobre meu cavalo
Armadura brilhante
Lança afiada
De olhos atentos
A te proteger
Cavalo de pau
Tão forte e garboso
De pelos sedosos
Belo e altaneiro
Em cima do morro
Morro do Moleque
De olhos atentos
A te observar
E sonho acordado,
Lembro-me criança,
Do gosto da puxa,
Rapadura com queijo
Pitomba, araçá
Num passe de mágica
Ouço a melodia
Tranqüila, suave
A me embalar
Fecho os olhos e
Atento à cantiga
E com belo sorriso
Fico a recordar:
"Camaleão, óia o rabo dele,
assustenta esse nego, senão ele cai.
O cachimbo é de ouro é de sambambai"
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