Dois pesos e duas medidas

Dois pesos e duas medidas

 
 
 
Há um mau cheiro imergindo da relva molhada
Onde a terra é fecunda, mas, mal distribuída;
Não garante alimento farto e a fome é constante.
 
Nos silos bem guardados se esconde a verdade
Sobra o pão em natura e falta solidariedade;
Para o abastado ter tudo nunca é o bastante.
 
Do que se colhe três partes são separadas,
Duas para o patrão e uma; pela união é confiscada;
Já o trabalhador tem que se contentar com o restante.
 
Parte se perde pelos caminhos; desperdiçadas...
Maquinas fazem o trabalho na terra plantada;
Restando ao trabalhador a triste sina de ser retirante.
 
Frutos de boa qualidade a paises estranhos são exportados
Gerando para a nação e ao patrão lucros muitos exagerados;
E o povo para comer tem que pagar preços exorbitantes.
 
Assim são as coisas desde os primórdios passados
Onde a corte se deleitava a custa dos escravizados;
Fazendo vistas grossas para os cruéis traficantes.
 
Somos todos iguais perante as leis; já foi muito falado...
Mas a justiça para a verdade tem os olhos vendados;
Da punição pouco severa aos corruptos e meliantes.
 
A balança pesa o ouro que é pago para a mentira ficar escondida.
Enquanto a verdade fica calada, o malfeitor livre não paga nada;
E os homens de preto se justificam, dando desculpas mirabolantes.

Já cansado de ver e ouvir tantas injustiças e tantos injustiçados. “Eu não sou um moralista, sou sim um indignado”