Remédio da Poesia...

Remédio da Poesia...


Remédio da Poesia...

 
Num cômodo quase vazio, um coração chora,
Pelo incômodo vazio que o cerca, agonizante,
Não se acomoda pela saudade que aflora,
Mas se incomoda pela ausência da amante...
 
No peito cheio de saudade a dor aflora,
No leito que seria cheio de amor, falta a amante,
Sem jeito de dar fim a ausência, ele chora,
Sem surtir efeito no vazio do coração, agonizante,
 
E com o eco nas paredes do cômodo quase vazio,
O incômodo soluçar da saudade que aflora,
Acomoda-se o coração no leito que está frio,
 
Não o incomoda mais a dor, e não chora,
Não tem jeito e o efeito do remédio tardio,
É a poesia que o cerca, e o afaga agora.

E viva a poesia...

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Felix
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