Abri a porta azul mareado,
melei dedos, apontei lápis e
comi castanhas que
naquele instante pareciam-me deliciosas
a ponto de diluir-se na boca.
Viajo nessa porção iluminada
de tempo incrustado,
inusitado.
Rabisco emoções que transbordam
pelo chão e desenham tapetes marinhos
flutuantes e flamejantes à medida certa
de meus anseios.
Devaneios, levam-me além do imaginário
onde delícias extra-terrestres
saciam minha fome, minha sede...
Meu desejo alucinado por cerejas,
servidas na bandeja de tua pele cheirosa
e regado ao champagne sugado
no hálito agridoce de tua boca.
Mordo-as colorindo líquido
gasoso.
Tingem-me sons no irracional delírio,
borbulha a garganta vermelha
ex traindo oceanos.
Poema em parceria
** Gaivota ** & Carmem Lúcia
.
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