Pai sou eu.
De um apelo o acalento do silencio,
das mãos do esquecimento
ou simplesmente do seio da ilusão,
calcado pelos olhos do vazio,
firmado por vida,
nutrido pelo sulco do vendaval,
corrente nas veias da natureza.
Diretrizes de um humor negro,
enuviado por magia, difundido pela elipse.
Aclamado.
Vigora em si somente,
vigia seu eu solene,
declara, cala, nas vozes agudas do espetáculo.
O show, enfim um leve e almejado repuxo,
um suave inclinar dos lábios.
Sutil mas perceptivo, oculto porem plausível.
Som contagiante,
o palpitar de um órgão com pouca oscilação,
em sua arritmia, cuja freqüência alterada
se dá pelo motivo incorreto no momento necessário,
deste passo desejado.
Pai, sou eu.

Renato Barbosa
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