Pare com isso, essa realidade que me possui
Devolva-me quem fui
Permita-me viver
Volte a você
Entrega desmedida
Reciprocidade jamais admitida
Faz-me tua e aceito em vão
Afasto-me nesta ilusão
E não mais conheço minha crença
Parece êxtase, mas talvez seja doença
Rarefeito em meus discernimentos
Custo tão alto por estes momentos
Não sei se é eterno, etéreo
Mas em um canto remanesce a certeza levada pelos dias de anseio hoje dissipados em meio a este desespero
Inegável a temporalidade do que é real, a forma como a razão é banal
E egoísta mas reconfortante é o fato de que ambos padeceremos do mesmo mal
E não lhe desejo dor
Poupe-me, tenhamos louvor
Façamo-nos felizes, sem medos em riste, sem fragilidades tristes
Vivendo os segundos deste eclipse, cogitando e evitando o amanhã que persiste
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