Você já ouviu falar no sofrimento
Que existe aqui nas bandas do sertão?
Se não ouviu, me escute, fique atento,
Que você vai entender um pouco, então,
Do sertão e do caboclo nordestino:
Analfabeto, mas letrado já de berço!
Cumpre à risca o que dita o destino,
E nunca foge da luta nem um terço!
É valente pela própria natureza,
Trabalhador e não maldiz a sua sina,
Só desterra desse chão com a pobreza
E a miséria da tal seca nordestina.
Nesse caso ele arruma a sua mala
E vai embora para o sul do meu País,
Dessa forma, ele chora, depois fala,
Justificando que a vida assim o quis!
E, assim, ele sofre em terra estranha,
Esperando um dia a chuva aqui chegar,
Pois, a saudade da família é tamanha
Que ele sonha com inverno pra voltar!
Enfim, a chuva chega e molha a terra,
E o caboclo nordestino volta em paz.
Planta e colhe, e sua luta assim encerra
Numa reza, pra não ter seca nunca mais!
Autor: José Rosendo
Nazarezinho, 28 de julho de 2006
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