Removi pedra por pedra,
Que me impediam de andar
Pelo caminho traçado
Por onde eu iria passar.
Tapei todos os buracos
Com terra fértil e molhada,
Neles plantei com cuidado
Flores,arbustos,gramados.
Nem mesmo o gorjeio dos pássaros
Deixei que ficasse de lado,
Pois ele enaltecia a vida,
Como um estribilho encantado.
Ao deparar-me com a dor,
Que quis me crivar de seqüelas,
Pintei-a com todo ardor
Com as cores da aquarela.
E veio a tristeza arrogante
Tentar roubar a beleza
Impor-se naquele caminho.
Com um gesto hilariante,
Ousei fazê-la sorrir,
Por incrível que pareça
Ela começou a rir...
Assim fui seguindo o caminho,
Livrando-me de espinhos,
Afastando sofrimentos,
Recuando-me dos tormentos,
Que não me deixavam viver.
Seguindo os raios de sol,
Quase perdi a visão
E quando surgiu o arrebol,
Meus pés perderam o chão.
Indo,andando,flutuando,
Pela estrada do infinito
Que salpiquei de ilusão,
Hoje tornei-me uma estrela,
Da mais bela constelação...