Dona Morte

Encontrei Dona Morte no semáforo vermelho da Hercílio Luz,

Maquiada e perfumada;

Vestida de cetim azul marinho. meias fumê, sapatos pretos de verniz, colar e brincos de pérolas douradas;

Cabelos pretos e lisos cuidadosamente divididos ao meio, arranjados num coque baixo.

Pele de cera, maçãs de blush, boca de cereja;

Nas mãos, sacolas do mercado municipal.

Encontrei Dona Morte no semáforo vermelho da Hercílio Luz.
Que susto, meu Deus!

O sinal abriu, ela suspirou com alívio e atravessou a rua na faixa de pedestre.

O poema foi inspirado num encontro inusitado em Itajaí, SC

Penha, Santa Catarina

Du Zai
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