Nascer sozinha no túmulo de uma rua fria,

sem colo, sem beijo, sem leite;

flácida, pálida e enrugada;

grata por ter um chão a quem lamber.

Sem pássaro no ar,

sem cão na terra,

nem ventre para voltar.

Nascer sozinha no fim da vida não dói, apenas cansa.

Um poema sobre ausência de amor e cuidado.

Penha, Santa Catarina

Du Zai
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