"O que há em Proust é essa sua combinação da máxima sensibilidade com a máxima tenacidade"

"O que há em Proust é essa sua combinação da máxima sensibilidade com a máxima tenacidade"

"Desde a última vez que escrevi, e já foi há alguns meses, o Jacques Raverat morreu; depois de ter desejado a morte; e mandou-me uma carta sobre Mrs. Dalloway, que me deu um dos dias mais felizes da minha vida. Será que terei conseguido alguma coisa desta vez? Bom, nada, em todo o caso, que se compare a Proust, em quem estou mergulhada. O que há em Proust é essa sua combinação da máxima sensibilidade com a máxima tenacidade. Ele sonda esses tons de borboleta até ao mais ínfimo matiz. É rijo como categute e evanescente como a beleza delicada de uma borboleta. E suponho que cada frase minha ele há de não só influenciar como fazer ficar irritada.”


Virginia Woolf - Diário Primeiro Volume ( 1915 - 1926)
Editora Bertrand - Tradução de Maria José Jorge

Eloisa Alves
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