Ardentes, as palavras bailam em meu cérebro...
Estudo-as, analiso-as, e sob a visão do tirocínio,
Encorpo-as em minha dialética artística e poética,
Todavia engendro do raciocínio o emblema real,
Porque não admito linguagem hipócrita na arte,
Mesmo tendo a convicção de que poesia é ficção.
É ficção por ser literatura, mas não ficção absoluta,
Pois o poeta é um analista do cotidiano social da vida.
Por isso mesmo, deve abster-se em sua criatividade
E mesclar a realidade ao artifício do linguajar figurado,
Envolvendo-se com maestria das figuras conotativas.
Do mesmo modo, ao utilizar-se do lirismo sentimental,
Deve dar ao seu eu-poético a tangibilidade do verdadeiro,
Porque se transfere o amor e a dor ao estágio imaginário.
Enfim, poesia é uma ficção relativa sob qualquer tema!
DE Ivan de Oliveira Melo
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