Diante de uma consternação lúgubre,

O caixão desce até uma última morada,

Sabe-se lá o que é agora o moribundo,

Se a morte o leva para o desconhecido.

 

Preces antagônicas celebram o cortejo

E uma multidão de lágrimas consolam

O sentimento da turba que assim coleta

Dor e saudade duma viagem sem retorno.

 

O tempo é manequim de tragédias finais

E os pensamentos sublevam o sofrimento,

Pois a vida segue seu rumo literalmente.

 

Perante o olhar de soslaio de quem fica,

Resta tão somente a esperança insalubre

Da Ciência dissipar os desvarios do óbito!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

  

Ivan de Oliveira Melo
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