Vou ao chão, e que nada me quebre, é face a face não no espelho de mim, mas no que sou sem retrato. Vou ao chão na minha confecção, ver ruir os cuidados e as bases, e que nada me prenda nas cinzas indistintas, que nada me decifre no caos e queimar da alma. No momento do que está prestes a se fazer, o nada se desenha em ponte, e vou em mar me jogar, sem laços de sustento na base, lapsos de composição, o desfazer-se dos espelhos. Não sou mais reflexo, sou imagem, me fiz de vida construção e do nada um instante, apesar da estruturação, são as mais simples palavras que produzem as mais impactantes sensações na síntese. Neste ensejo, não importa a forma tão rabiscada, bem conjugada, a vida é uma perspectiva infinda, um livro escrito com as páginas da vivência, trago minha bagagem, onde recomeço. Reinicio para as fases que vou viver, para escrever uma nova história, onde terei novos caminhos, traçar um novo destino. Senti as lágrimas chegando no olhar, a busca pela compreensão pelo modo de ser, vida feita de fragilidades numa mistura de instabilidade, onde tudo é reflexo que está dentro.
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