Farpas de um escultor
Entalham a leveza, as mãos do artesão
Farpas na mente, que de modo raro esculpe
Já que depois de tudo, no cerne da questão,
Com pena, no fim a elas sempre ele se desculpe.
É que o último talho, também lhe atinge
Ofício de retirar da madeira, seu amado sonho
Nada poder fazer com a casca grossa que o restringe
A dar a amada peça, por um trocado tristonho
Ainda que, a escultura da sua mão, o tome
Estátua esfarelada, a ver o filho ir embora
A falta de reconhecimento não lhe consome
Pois existirá mais criação, a partir de agora.
Guilherme dos Anjos Nascimento
Guilherme dos Anjos Nascimento
© Todos os direitos reservados
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