Todo meu pão
Na mão do ladrão,
Meu suor escorrendo
Pelas tuas mãos.
Comigo ficaram os calos
Meu filho tem fome
Enquanto eu me calo.
Já fiz casas,
Já fiz prédios
Estou doente
Não tenho remédio.
Já não posso trabalhar,
O emprego, onde arrumar?
Estou de roupas sujas,
Não posso comprar sabão.
Meu filho de pés no chão.
Esperança já não existe
A mulher anda triste
Com a filha na prostituição.
Sou um homem fracassado,
Mais um desempregado
Nesta selva de concretos,
Enquanto assinam decretos
Nos vamos mais pro buraco,
se continua esta situação
a única solução
é enterrar os meus cacos.
Já não tenho nome,
Sou um pobre homem.
Numa enorme aflição
Sei que não te interessa
Esta minha situação,
Afinal você está enricando
Com esta corrupção.
Já não tenho mais valor,
Deixa-me desabafar aqui,
Pois é apenas um desabafo
De pobre trabalhador.
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