Eterno e persistente esperar,

O ônibus,

O trem,

A sombra ao passar uma nuvem no ar do alto céu,

Arrastada pelo vento, sem direção, bem ao léu,

A medonha dor da solidão terminar,

Ela me amar,

Cansei de esperar,

Chorei de amargura

Com a dura espera,

Sofri esperando por ela,

Mas o adeus dela encerrou a espera,

Minhas lágrimas de então caíram por terra

E regaram a hera nascida dos pés dela na era da ilusão

Em que eu a amava e era ela quem não me amava,

Mas aquela luz que vem da janela dela,

Apagou-se e ela adormeceu sem abraçar o meu amor por ela

E, no escuro, eu sonhava com ela dançando com uma flor

E feliz por ser uma flor e enlouquecer o meu amor

E se recusar a dar-me a sua mão enterrada na terra do vaso de flor,

Mas eu acordei e esperei por ela,

Que não veio e me não abriu mais a janela para eu ver o rosto dela

E me não amou.

Paulo Roberto Varuzza
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