O ENIGMA DO FOGO-CORREDOR
I
Não se sabe quando e nem como ocorreu
Alguns dizem que foi pelo sertão do Brasil
Pros lados da vila de Caxias no Maranhão
Um índio Gamela de repente desapareceu
O povo perguntado respondia: ninguém viu
Contavam que foi arrebatado por um balão
Anciões juravam tratar-se do fogo-corredor
O fato teria assomado numa noite de breu
Acontecimento até hoje deveras assustador
E desde então naquele local nada cresceu
II
Nunca mais alguém transpôs aquele chão
Cigarras e grilos acolá não fazem cantoria
Na terra enfraquecida não havia produção
Quem passa perto faz logo o sinal da cruz
Todo mundo tem medo da maldita alegoria
Quando falam nela rogam ao senhor Jesus
Eis que após a novena, cumprida a missão
Uma estranha sensação de afetar o coração
Apoderou-se de todos num profundo medo
Atrás do arvoredo, descobria-se o segredo
III
No arrebol da aurora um balão foi avistado
Envolto numa esfera metálica de luz e fogo
Girava lépido feito um carrossel desvairado
Reluzindo alternado como máquina de jogo
Era o fogo-corredor queimando a capoeira
Em seguida, quem estava perto adormeceu
E acordou olhando uma imagem verdadeira
O índio sumido da tribo gamela reapareceu
Hoje no lugar ergueram um mirante sedutor
Acreditam que fogo-corredor é disco voador
Marco Antônio Abreu Florentino
Nota: Fogo-corredor é uma das denominações para fogo-fátuo no interior do Brasil.
Poema em formato semelhante ao cordel, inspirado pela sugestão do amigo Jaques que, apesar de cearense, tem origem familiar na cidade de Caxias/MA.
O mote teve a intenção de destacar a passagem do dia mundial do disco voador (24 de Junho).
Jaques é um qualificado profissional da tecnologia da informação.Também um apaixonado e conhecedor profundo, apesar de amador, da astronomia e cosmologia. Foi instrumentista e componente de banda musical, além de ser um dileto e querido amigo,
Obrigado Jaques.
https://youtu.be/II1HjAeo7k4
(SOS Disco Voador - Raul Seixas)
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