BONANÇA
Há corpos que foram tempestades,
Foram tumultuosas tormentas,
Foram corpos com fecundidades,
Com amorosas ferramentas!

Agora, num mar de serenidade,
São barcos em portos parados,
De navegar quase sem vontade,
Porque têm seus mastros quebrados!

Porém, seus olhos postos no mar,
Corpos na praia, ainda com esperança
De que voltem a navegar!

Mas o querer poder não alcança!
Quem andou não tem pr’andar!
À tempestade segue-se a bonança!

Olhando no passado toda a lonjura,
Que foi tempo d’amor e d’amar,
Agora só querem um rio de ternura!

Nos corpos, onde mora a serenidade,
Há o tempo de cada um recordar
O dia em que foi tempestade,
Aguardando a bonança na eternidade!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar/PORTUGAL -12/05/2006