Solto as rédeas.
Deixo o pensamento
comandar o momento.
O importante é me entregar,
decolar desse porto sem cais,
abandonar o navio, o vazio,
caóticas e insolúveis situações.
Ir onde ele bem me levar
sem temer o que virá,
o que verei, o que será….
Roletar direções,
represar previsões
que erram a todo instante
incorrendo em tempestades
as imprevisões diárias.
Por ora viajo com meu pensamento
liberando endorfina,
combustível para meu pensar,
oxigênio para meus neurônios
sem saber onde vai dar…
Circundando a rosa dos ventos
tatuada no tempo,
em sonhos e irrealizações.
Disperso poemas,
sentimentos guardados,
chorados, calados,
inerentes aos temas
que já não estão sobre as mesas.
Um pouco acima do chão
deixo um vão...
-entre o abstrato e o concreto-
Talvez uma passagem
para algum amor secreto;
um decreto publicado em poesia
em pleno trajeto.
Voo com meu pensamento
até onde possa voar…
Com ele tenho alento,
paciência pra me adaptar.
E volto “resiliência,”
apta a continuar.
Carmen Lúcia
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