A semente penetra suave

A flor da terra,

Mais tarde aprofunda raízes,

Abriga o canto e o sono das aves

E ergue-se além da floresta.

Eis aí o cedro, 

O jacarandá e o mogno

Que após a poda sustentável,

Estas nobres madeiras,

Nas mãos mágicas do luthier,

Entre lixas, serras, prensas e cola

Num misto de arte e paixão

Fazem nascer o violão.

Corpo, braço, cabeça,

Cavalete, rastilho, escudo,

Roseta,tróculo,  trastes, 

Casas, cordas e marcação,

Tudo em perfeita harmonia

Compondo a sua anatomia.

Nas mãos do violonista

A alma deste instrumento,

Se revela nos teatros,

Nas ruas , bares , janelas e calçadas,

Trazendo emoções,

Aproximando pessoas,

Acompanhando canções

Em sonoro timbre suave que ressoa

Nas noites de lua

Encantando corações.

     (Paulo Rogério Aires Martins)