Doze Estações (Homenagem ao meu eterno orientador)

Pétalas amareladas se esvaem ao chão

Fumaças dissipam-se do pulmão ao coração

É outono, eis que surge uma fresta em festa; dedicação

Liame de compreensão e autoridade

Alvorecer de primavera, aurora de voracidade

Girassóis e sóis, a cor do verão

Vozes, risos, histórias

Inverno, hibernação,

Sarcasticamente espontâneo, subterrâneo, engenhoso

Farejando e forjando pegadas; modestamente

Entre espinhos e pomares; crucialmente

Mares aos males aos pares; anteparo

Em um e outro despreparo 

Lá se foram quatro outras estações; inexoravelmente

O arbusto, a folhagem caída

Oito estações, dois verões

Pétalas amareladas novamente se esvaem ao chão

Fumaças continuam a dissiparem-se do pulmão ao coração

Sinta o som

O balançar das folhas de uma árvore campestre

O balbuciar de um samba encantador

Para sempre meu mestre

Meu orientador.

Wilmo Ernesto Francisco Junior
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