A escuridão invade minh’alma
Não é desespero
Apenas a ausência da luz que por suposto acalma
Do prato principal é o tempero
Mas faltam-nos os feixes de partículas discretas – os fótons 
Sem exagero
Não se assemelham aos meus prótons
Não se sabe se são partículas ou se é ondulatório
De fato o fóton não é apenas o acessório
Hídrido, dual, hipnotizante, ao cruzeiro
Cruza quilômetros em segundos, aos milhares
E nem precisa de ares
Aproximadamente 300.000, em um único segundo
É o tempo de um moribundo
Perplexo, 
Ainda olho a escuridão 
Perdido no tempo, relativo e complexo
A contar a imensidão
Do fóton
Que finalmente anexo
Permite-nos a visão
Destas palavras, aparentemente sem nexo.

Wilmo Ernesto Francisco Junior
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