Você sabe o meu número
então não me venha com essa camisa de força
nem com esse sapato apertado
você sabe que não matei ninguém
vivo dos meus pecados
miúdos
oriundos
do nascimento do mundo
onde anjos criativos
puniam deuses
com os piores castigos...
Você sabe qual é a minha cor
então não me venha com essa tinta fosca
que impede que se abra a boca...
Você sabe o meu caminho
então não me venha com esse vinho
cheirando à Babilônia
mistura de sofrimento e amônia...
VOcê sabe o que penso
sabe que dispenso
pensamentos
à procura de uma nova dialética
dentro desta panela fonética...
Você sabe o quanto vale estar vivo
à beira do precipício
gritando a quem saltou:
ei!, perdeu o juízo?
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
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