Eu vi uma moça chorando em falsete,
com uma criança no colo,pedia um sonho que fosse possível;
pedia um pedaço de pão que lhe estrangulasse a fome.
Seu rosto era impoluto,suas mãos magras e ósseas buscavam pegar o vento,que dançavam
feito um lamento a valsa dos miseráveis.
Seu corpo lâguido esquelético,marcavam compasso
no passo da dança nefasta da morte e essa morte aplaudia e sorria esse espetáculo funesto e macabro.
Eu vi o corpo da moça que chorava em falsete,
com uma criança no colo,seu rosto ainda era impoluto,
sua boca ainda aberta queria aquele pão,mas seu corpo bailou ao vento,
caiu no esquecimento a moça que quis sonhar...seus filhos é que ficaram órfãos,agora
dançando em lamento a valsa dos miseráveis.
Charles Feitosa de Souza
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