SONETO DA VELA VIVA


Essa vida, vela acesa,
que um momento determina,
se o vento cessa o fogo,
ou a chama se ilumina.
 
Essa vida, vela acesa,
que a um fim se destina,
desatina a desvelar-se,
porquanto a chama rumina.
 
Chama que teme o sopro,
dança conforme a brisa,
alma de fogo cintila.
 
Fogo que cumpre a sina,
quanto mais vela consome,
mais vida é consumida.
 
 

CARLOS FREITAS DE SENA
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