Hoje pinto os primeiros traços de minha imortalidade.
Bebo finalmente da fonte da juventude.
Deixo registradas para a posteridade estas palavras.
E quando minha alma (eu) não mais estiver em mim,
E quando a última pessoa na face da terra que me conheceu,
fechar seus olhos para a indesejada das indesejadas como disse Drummond,
Levando consigo a última lembranca de mim...
Viverei nas páginas de livros, poemas e canções,
Viverei em olhos que agora não existem,
que compartilharão comigo minha visão de agora.
E de mim falarão e discutirão e farão teses.
Deturparão palavras e farão de outras, joias que jamais imaginei esculpir.
E quando voltar, talvez após anos, séculos, milênios,
Em uma biblioteca qualquer me reencontre comigo mesmo.
Me compreenda melhor do que hoje me compreendo,
E que isto me inspire e me faça sonhar e novamente
traçar novas palavras para uma nova imortalidade.
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