Estrela Inalcançável

 I

 

Amanhã, quando o sol se pôr,

A Estrela Inalcançável,

Ficará mais impalpável,

Para os olhos de um sonhador.

 

Amanhã, quando a noite chegar,

Até as cinzas, curta alegria,

Mas fica no peito a nostalgia

E a saudade de um olhar.

 

Ah carnaval querido,

Você terá um peito ferido,

Contando segundos a fim de vê-la,

 

Tirar enfeites, desendeusá-la,

É improvável! Mais fácil amá-la.

Inalcançável, formosa Estrela!

 

II

 

Amanhã, quando o sol se pôr,

Um Gigante terno e querido,

Um Sorriso e um Herói temido,

Visitarão este sonhador.

 

Amanhã, quando a noite chegar,

A vida vira um carnaval,

Sons de batuque, meu musical,

Entre aplausos e um cantar.

 

E da Estrela distante

Deixar de ser um tolo amante

E acalmar meu coração.

 

Meus olhos vão desanuviar

Do pedestal, desenfeitar,

Fazer a Estrela tocar o chão!

 

III

 

Amanhã, quando o sol se pôr,

Volto a ser o centro do mundo.

Dentro de mim, bem lá no fundo,

Trancar a chave este tal amor.

 

Amanhã, quando a noite chegar,

Até a quarta, virará cinza

Um sentimento que pulsa ainda

E que irá só me machucar.

 

Ah, carnaval querido!

A tanto tempo vivo contigo

E com você nunca sofri assim!

 

A tua essência irá contê-la,

E ao findar a linda Estrela,

Vira mulher, palpável enfim!