Aquietei minha tristeza nos seus olhos,
Amansei minha pressa no seu tempo,
Apoiei meu sonho em seu pensamento.
Minha fantasia pendurada no seu peito,
Minha vontade apoiada em seu direito,
Pintei meu perfil em sua identidade.
Desliguei o minuto
Que é para saber se porventura escuto
As fibras do meu coração em desalinho;
Depositei em suas mãos meu abandono.
Seu clone, seu sangue, seu carbono,
Desenrolei debaixo dos seus passos meu caminho.
Sofro pela espera longa e infundada,
Pela flecha que saiu sem dar em nada,
Pelo remo que quebrou sem navegar,
Pela rocha que tombou, partiu-se ao meio
E brotou pedras onde eu quis colher centeio,
Pela manhã que amanheceu sem se deitar.
Escuto a cotovia que insinua
Que o bravo morreu, mas a terra continua
Bendigo o chão por cada grão e me comovo
Parto de novo...
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