O plantador noturno.

Lá vai ele semeando azuis.
Passa por terras acidas,
Por marés graves,
Que converte em focos de luz.
Deve ter uma orquesta no bolso
E sementes de sol no coração.
A fila cresce:
O que admira,
A que suspira,
A que padece.
O semeador avança,
A orquestra toca,
O mundo, sem querer, entra na dança.
A festa aumenta.
Se a noite ciumente se apresenta
E em protestoespalha seu negrume,
O semeador derrete a escuridão:
seduz a estrele e acende um vagalume.