LUIZ HUMBERTO      (04-07-85)

 

 
Ele está entre o 717 e o 718
Aparenta ter dezesseis
Mas já passou dos vinte e oito
Há três anos, fez 26
E ninguém se comove
Com seu olhar de vinte e nove
De longe
Visto da janela
Parece um monge
Ele olha para ela
Que mora no 912
E acena
Ela, mais ou menos com uns 14
Prossegue com o aceno
E gesticulam 
E especulam
E tentam um código
E ele pródigo
Mima

E a menina
Que nada entende
De repente
Fecha a sua janela
Ele quisera
Ainda continuar
Pra descobrir
De perto o seu segredo
O seu corpo soberbo
Que tanto o apetece
E tanto o aquece
Volta e meia, volta
Olha, suspira, delira 
Encolhe, expira
Que maravilha!
É hora de seu banho de sol 
É hora do seu colírio
Lá está ela de topless
Ele ainda no 716
Tranqüilo
Aguardando a próxima vez
Tudo aquilo
Que pra ele é gostoso
Mora no novecentos e doze

LUIZ HUMBERTO
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