Na vida, não tenho sido nada mais que incoerente
Por detrás de costinas e dramas e comédias que não protagonizo.
Me incomodado com aplausos e mais aplausos no último ato.
Quando na verdade, sinto apatia por tudo isso.
Muitas vezes dizendo que amo sem sentir ao menos (com)paixão de mim
Contra mim mesmo tramando, sentindo-me real sem coroa ou sangue azul.
Quando criança, joguei pedras no meu próprio telhado.
Quando velho, me procurei escondido por de trás das coisas
E quando me encontrei, me peguei pelos braços, me surrei.
Sou superior, sendo baixo, irrelevante e vil. Sou homem.
Sedo feliz no começo, triste no meio e por fim, irracional.
Apoiei-me à beira de mim com grandes propósitos
Vejo o poço seco sem uso que sou; Tampado pelos donos da casa.
E quando à mesa, por vezes oportunas, deixei de falar verdades
Os cristais, as paredes e qual quer coisa, sem ser gente, roubaram toda atenção que eu tinha
Por vezes abandonei risadas e suas chatices para tragar o meus cigarros
E hoje escrevo, só, por estar sozinho. Sim, sozinho.
Por que diabos alguém escreveria em companhia.
Os que amam, e eu não tenho amando nada além dos meus cigarros
E suas cinzas, que me ensinam matemáticas e filosofias que as academias não ensinam.
Como tenho desejado cadeiras e seus lugares privilegiados
E não tenho feito da vida, nada mais do que apenas desejar as cadeiras e seus lugares.
E nas raras vezes que tenho as sentado
Vejo com nitidez, que mentiram os meus pais e avós, mentiram também
Fui ao final da esquina, com grande curiosidade, e não era grande coisa.
Volto a casa, desligo as luzes e ponho de lado os alvos
E não sei como terminar esses versos, se não de forma incoerente e humano.
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