Não concordo que um gesto vale mais que mil palavras, pois, elas magoam, desestimulam e engrandecem.

Mesmo assim, para um bom entendedor, meia palavra basta, no entanto, as mastigo-as e adoro triturá-las.

E se não bastasse faço delas meu viver, minha dádiva gustativa, a corrida do meu sonho e a vontade de escrever.

O ruim de tudo é que ficaram caducas todas as notícias que com elas publiquei, mas elas, essas sim, nunca envelhecem.

Faço das minhas palavras as suas, é óbvio, da máquina ao Notebook, a melodia é a mesma, e o que muda é a mente, os folhetins, os dedos e o pulso com que são escritas.

Elas possuem força, atração, sátira natural da vida. E para os mais sofisticados: derivam da mera articulação entre ouvido, nariz e garganta.

Para em fim, soar apenas dois sons “vida e poder”.  Misturam-se, completam-se, para dar sentido ao mundo, não me imagino universalmente sem elas.

Não existe uma civilização, grupo ou comunidade que dos perfis da linguagem não termine em uma palavra.

Entre as linhas de um texto ou a distância entre parágrafos, lá estão elas dando ao cosmo o rumo natural das coisas.
 
Além de não possuírem culpa, são muitas das vezes, dominadas de forma errada, mas o que importa segundo especialistas é se ouve comunicação. Ou melhor, é traduzir seus encantos, segredos e mistérios.

A sinonímia não nos engana, pois, a semelhante é apenas aparente. Hipérbole positiva, porque nem sempre duas palavras iguais querem dizer a mesma coisa.
 
Claro que tudo vai depender do contexto de vivencia de cada um, mas em regra, e juntando, todas as silabas, é assim que funciona.

No mundo das palavras, mil pedidos podem não ser atendidos, dependendo de como vamos usá-las.

Mas apenas um pode ter resultado, mais que mil, se combinadas na mais pura harmonia normativa da gramática.

Claro, tudo depende de como vamos pedir. E para isso, imploramos a elas “as palavras”.

AUGUSTO CARVALHO
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