- Solidão
Depois de uma noite insone
Abro a Janela e vejo
O esplendor da manhã chegando
Com a luz do loiro sol
Dourando os telhados.
Fim de madrugada
Prenúncio do dia
Ausência de chuva
Invento caminhar
Vou pela várzea
Esbarro no rio
Respiro profundo
Preciso de ar puro
Preciso acalmar-me
Solidão é meu infortúnio
Sigo caminhando
Esbarro no trem
Ah! O velho trem veio à tona
Onde eu viajava e sofria
Sempre naquele vagão lotado
No banheiro fétido me escondia
A caatinga seca pela janela eu via
A Paisagem era triste sem cores
O sol inclemente castigava o chão
O chão rachado partia meu coração
Minha alma seguia nos trilhos
Carente de amor e afeição
No trem de ontem
No trem da vida.
Solidão era minha companhia.
CÉLIA OLIVEIRA
© Todos os direitos reservados
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