Crio dois hierofantes
um deles é um ser pensante
que pensa que é um elefante
de marfim
que vive às custas de mim...
O outro pensa que é uma poesia de bolso
vive à deriva
sonha escapar do calabouço
onde palavras pedem ao moço
que toma conta
uma página em branco
sei que lá vivem versos
que vivem eretos
outros são mancos...
Pus tudo na rua
até que veio uma língua
acho que da lua
e adotou-os:
hierofantes são assim
sabem onde está o começo
mas nunca sabem onde está o fim...
Prieto Moreno
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