A um tempo, não muito distante
Sonhos povoavam meu crescer
Os dias pareciam passar devagar
Para aqueles que tinham pressa em viver.
 
Não que a vida devesse
No descompasso das horas passar
Mas a densa camada de desejos
Ansiava-me ainda jovem buscar.
 
E assim vivemos querendo que o amanhã
Cabesse no hoje para dele desfrutar
Uma ansiedade por uma vida intensa de fatos e emoções
Na pouca experiência, hormônios em profusão.
 
Hoje, olhando-me para trás, rio
De uma maneira daquela fase
Que já vivido, um ensinamento traz
De um ontem que não volta mais.
 
Se antes queria o amanhã prender
Hoje, ele se acalenta
No ninho da memória
Para de novo nascer. 

Luciano Roriz - ALCAI
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