E QUANDO ME DISSESTE que estavas febril,
Vi o céu desabar sobre os meus sentimentos...
Saiba, ó menina, que temo por ti!
De mãos atadas eu estou sem poder fazer nada_
Uma oração é tudo quanto posso fazer 
Mesmo não sabendo orar_ o instante instiga.

Posso ouvir a tua dor ecoar nos meus ouvidos,
Mesmo distante ela me faz ensurdecer!
Perturbado eu estou, o medo me faz calar;
Faz-me lembrar as muitas dores já sofridas...
Desesperado eu imagino o teu corpo sobre o leito,
E num espanto os meus olhos lagrimam...

Senti o quanto o teu coração acelerou,
Fazendo-te gemer em ais tão soluçantes...
Eu nada posso fazer para que não sofras,
Inerte eu permaneço distante deste acontecido_
A dor, de tão grosseira parece não cessar,
A febre te toma por inteira.

Não sei dizer ao certo a cor da dor
Que de tão viva açoita a alma da menina _
Quando ela corta a carne até sangrar,
É então que nos mostra a sua vermelhidão...
Em silêncio eu balbucio, clamando a Deus por ti!
A dor é forte_ a tua febre também arde em minh’alma.
 

Jairoberto Costa
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