Na última vez em que me encontrei,
Eu estava tomando uma dose de café,
O pensamento voava sem qu’eu o permitisse,
As asas não eram de cera, mas derretiam ilusoriamente...
O medo de cair é o instante mais aterrorizante;
Assim mesmo eu flanava por cima das nuvens...

Por favor, não me pergunte nada agora,
Não obterás respostas das perguntas feitas...!
Deixe-me pegar mais um pouco de café,
Enquanto ainda se encontra quente_
Como eu estava dizendo_ por cima das nuvens
Eu via o melhor de todos os mundos já visto...

É tudo quanto me lembro daquela tarde cinza... 
Foi a última vez que me encontrei;
Foi a última vez que vi a xícara com café...
_ Como é bom saborear doses quentes,
Mesmo a tarde estando com a temperatura alta_
Não sei se tu podes entenderes esse momento...

Não queria que tu me encontrasses assim...
Quero a minha força como era antes;
Não queria que tu me visses assim, caído!
Também não quero que me estendas a mão,
Esqueça a cena aqui vista_ deve ser a cafeína...
Da última vez que nós nos falamos eu bebia café...
 

Jairoberto Costa
© Todos os direitos reservados