Se não houver sol, eu imagino,
e o dia irrompe com clarão divino
em minha sutil imaginação.
As frases vêm com as manhãs
e se estendem pela tarde que se empenha
e se embrenha num horizonte de aquarelas
até a vinda da primeira estrela da constelação.
Entram por janelas escancaradas,
deitam na cama, esparramadas,
a espera da noite de lua,
dos acontecimentos da rua,
dos detalhes esquecidos,
do escuro das esquinas nuas.
Versos perdidos, sofridos,
palavras sem significados
na reconstrução de sentidos,
na restauração dos fatos,
sentimentos indefinidos,
sem rimas nem refrão.
Descrevem a solidão
sob um luar a sombrear
vestígios na escuridão.
De repente, a madrugada
anuncia a alvorada
branca, esquálida, pálida.
Um outdoor na calçada
clareia minha inspiração.
Vejo a noite virar dia,
a lua virar sol,
melodia ser canção,
sinfonia , arrebol
e os versos captados
de onde se pôde chegar
compõem o poema-magia,
sonhos que ainda irei sonhar.
_Carmen Lúcia_
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