Tempo que traz nova vida
e ainda convida para celebrar.
Tempo que arrebata a vida
e ainda se olvida de quem faz chorar.
Tempo que gira veloz,
carrossel de emoções, temível algoz.
Às vezes tempo de paz, de amor e paixões
ou que gera a guerra sem trégua
e segue gerando frias solidões.
Tempo, que num repente, muda cenários,
o belo, o feio, caminhos arbitrários...
Cobre de flores a esterilidade do chão,
entre gotas de chuva e de sol
faz nascer o arco- íris e o arrebol.
Tempo, um vaivém de dores, rancores,
ciranda de risos, amores, perdão...
Tempo que faz do poeta, artesão,
sincronia de arte e paixão.
Tempo que dispensa rimas
rimando a todo tempo
os passos da bailarina,
tempo que morde e assopra,
beija e se desdobra
para não abraçar.
Tempo que escreve sem linhas
no branco (que assusta) da folha, a sina.
Que leva o remédio da cura,
os disfarçados efeitos especiais
e deixa o que não mais perdura,
o que nos transforma
em (d)efeitos colaterais.
_Carmen Lúcia_
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