São Longuinho
 
Todos os dias são iguais,
Pra quem leva Deus no coração,
Recebendo em sua vida,
Cada dia como uma benção,
 
Vou contar pra vocês,
Um feito ocorrido no sertão,
Afirmo o veredicto,
Por ter sido ocorrido,
Com um antecessor da minha geração;
 
Um dia este jovem chegou cedo,
E começou os bois cangar,
O meu avô logo lhe disse,
Hoje não é dia de trabalhar,
E logo explicou que era dia de São Longuinho,
Tinha que respeitar;
 
Este logo retrucou,
Eu que tenho de minha vida cuidar,
São Longuinho cuida da dele,
Que já vou trabalhar;
 
Este carregou o carro de boi,
Que saiu da roça a cantar,
Com os chumaços emitindo melodia,
Que espalhava no ar,
Ao passar por um riacho, sem nenhum obstáculo,
Os bois não conseguiam o carro puxar,
 
Este espancou os bois,
A metade da carga no riacho jogou,
Mas não adiantou,
O cidadão muito bravo com a situação,
Deixou o carro e levou os bois sem ocupação;
 
Voltou no dia seguinte,
Ainda mais irado,
Trouxe o número de bois dobrado,
E nada adiantou,
O carro não movia,
Então o resto do milho no riacho jogou;
 
Dizendo palavrões,
Os bois ele comandou,
Os cocão quebrou,
Saiu à mesa do carro,
O eixo com as rodas no riacho ficou;
 
 
Voltou pra sede sem milho,
E com o carro espedaçado,
Esta é a história verídica,
De um ser que desconhece,
Por quem é criado!
 
 

João Marques JM
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