MULHER DA NOITE
O sol se poe, as horas se vão,
a cidade se acalma
as famílias se recolhem
a mulher da vida se
pinta,  veste o
corpo nus, a beleza
é sua riqueza.

A zona aumenta seu
alarido, o sexo tem
sua cotação,a vida
não tem poesia e nem
canção.

Matar o desejo sexual
e o ser humano é um anival.

Mulher bela, nutrida,
ela tem sua cotação,
a vida é um leilão.

A noite vira uma Sodoma e Gomorra ,
sexo moral e imoral,
a noite cheira sexo, no publico e privado
e tudo é tão igual.

Sexo é saúde, insanidade,
prazer e desprazer no satisfazer.

Sexo é cumplicidade e nada é
verdade.

Desejo saciado e tudo é comprado.

Mulher da vida tem compromisso,
paga escola do filho, luz,água , impostos,
é uma dura batalha no seu dia a dia
do seu ganha pão.

É uma cidadã que curte, descurte,
compartilha a vida como outra qualquer,
ela sacia os sedentos de sexo e de carinho
entre quatro paredes, esse é seu ganha
pão, existe solidão nessa cidade desvairada
que não para por nada.

Ela é o conforto dos casados,
dos solteiros, dos abandonados.

A família é um amparo e desamparo,
ela é o arrimo de quem não tem destino
e se entrelaça no seu corpo com todo gosto.

Mulher da vida é amante, psicóloga,
num tempo efêmero sem emoção
e ilusão, usou, pagou.

É uma carne desejada, comprada,
esperma gotejado, e tudo acabado,
cada um para o seu lado.

José Marcos di Ayres
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